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Será?

Será com ele ou com essa geração? Onde tudo é muito rápido, as informações, os estilos de ontem hoje já não são tidos como o “certo” ou na “moda”, tudo é fulgás, Tudo isso faz essa geração ser eterna insaciável em tudo?

Nada agrada o suficiente, ninguém o entende o suficiente, nada é bom o bastante para ele, tudo demora demais, mesmo que sejam minutos ou poucos dias, não tem quase nenhuma resistência ao fracasso, não há empatia, pois, acha humilhante se colocar no lugar do outro, não sabe esperar e contemplar nada. Não sabe desfrutar dos pequenos milagres do dia, como tirar uma boa nota, ouvir um elogio da mãe, conseguir fazer uma comida que tinha vontade, ouvir e gravar o nome daquela música que não sabia de quem era e que gostou, conseguir terminar um trabalho da escola, trocar umas palavras com alguém bacana no colégio, gostar de um livro que teve que ler por causa da escola.

Me parece que tudo para ele é sem graça, tipo comida sem sal, e ele corre atrás de forma desorientada... atrás do que exatamente? O que ele quer de fato? Quer por ele ou porque se quiser tal coisa, os amigos, ou melhor, seus seguidores das redes sociais irão “gostar” mais dele? Ele terá mais likes e mais visibilidade porque...por que postou um meme? Por que escreveu uma frase solta ou tirou uma foto fazendo careta? Por que exatamente?

A agressividade contida nele e que sai num dia sem que nada estranho tenha acontecido, vem de onde? O que o faz achar que merece o mundo, o melhor celular, a melhor roupa, a maior mesada? É alicerçada em que? Será que se pergunta se é um bom filho? Cumpre suas obrigações dentro de casa? Vai bem na escola? Ou apenas acha que merece porque seu orgulho e arrogância lhe dizem que sim e pronto?

Há trinta anos, os adolescentes tinham obrigação de irem bem na escola, como muitos pais diziam: é o mínimo que você pode fazer! Ou era castigo e dos chatos, tipo não brincar na rua e nem ver desenhos. Também participavam dos afazeres domésticos como lavar louça, o banheiro e sempre, seu quarto. E se reclamassem os pais conseguiam achar mais coisas para fazerem, isso sem dizer que também ficavam de castigo porque reclamaram num muxoxo.

Trabalhavam cedo porque queriam comprar coisas que seus pais não podiam dar, como roupa da marca da moda. Entendiam e achavam bacana falar que trabalhavam, se sentiam importantes e até meio adultos. Muitos trabalhavam inclusive, para ajudarem seus pais no orçamento da casa, isso era comum. Era entregar jornal, pizza, empacotar compras no mercado, trabalhos que não fossem demais para sua idade.

Havia respeito pelos pais, sabiam que não estavam falando com seus colegas. Regras eram quebradas, mas as mais importantes eram cumpridas e não batiam de frente com seus “velhos”, porque entendiam que era para seu próprio bem. Estava implícito o amor, o respeito e o agradecimento entre eles.

Olho para essa geração e noto a falta de respeito à hierarquia, a falta de empatia, o narcisismo crescente, o individualismo exacerbado, a violência gratuita e desproporcional. Onde foi que a humanidade se perdeu?

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